Mark Zuckerberg, criador e presidente-executivo do Facebook, depôs na semana passada, por mais de cinco horas, em uma audiência no Senado dos Estados Unidos. Mark teve de explicar como o Facebook reagiu ao vazamento de dados de cerca de 87 milhões de pessoas pela Cambridge Analytica, consultoria política que trabalhou para Donald Trump durante a corrida eleitoral de 2016 e na campanha para a saída do Reino Unido do Brexit.
A forma como as informações foram obtidas pela empresa britânica colocou no centro da discussão o modelo de negócio do Facebook e de outras empresas de tecnologia, que coletam, processam e armazenam dados de seus usuários para segmentar a distribuição de anúncios. Essa polêmica ocorre em um momento em que começou a se intensificar a pressão para regulamentar a atuação de empresas de tecnologia que mantêm plataformas onde pessoas depositam grande quantidade de conteúdo.
Lílian Gibson, especialista em segurança da informação e gerente de Gestão e Projetos da PRODAM, nos chama a refletir: “com esse acontecimento chegamos então numa questão básica: até onde podemos proteger nossa privacidade?”. Ela diz que, hoje, o Facebook já permite que os usuários apliquem restrições ao seus perfis, mas que isso não é algo intuitivo, ainda é difícil para o usuário encontrar os locais na página para ativar algumas opções.
Veja algumas dicas dadas pela especialista para quem deseja zelar por sua privacidade:
- Não deixar que lhe marquem em posts sem a sua aprovação;
- Ativar alertas de logins na sua conta por dispositivos desconhecidos;
- Restringir o acesso a seus posts, ou apenas aos mais antigos;
- Verificar a sessão que indica quais dados seus são compartilhados publicamente e ver se está de acordo com o que você considera aceitável;
- Se você utiliza o login do Facebook para interagir com aplicativos de terceiros, revise a lista destes aplicativos e verifique quais informações ele guarda sobre você, para verificar se algumas permissões podem ser canceladas.
Lílian alertou, ainda, que no Facebook algumas informações são automaticamente públicas, como: nome, foto do perfil, foto da capa, gênero, nome de usuário, ID de usuário e redes.
“A proteção integral é inatingível. Mas acredito que depois deste grande escândalo, que combinou falta de ética e falta de privacidade, tanto o Face quanto outros aplicativos de redes sociais e da Internet vão oferecer maiores possibilidades de configurações de privacidade. O mundo mudou com a tecnologia. Levaremos um tempo ainda para entender como conviveremos de forma aceitável com estas grandes mudanças”.
Fonte: G1