Voltar ao trabalho depois da licença maternidade ainda é um desafio para as mulheres. Hoje, no Brasil, a grande maioria das empresas concede a licença maternidade de apenas 120 dias. O tempo é insuficiente até mesmo para seguir o que recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS), ao indicar a amamentação como único alimento aos bebês, durante os primeiros seis meses de vida. São poucas as empresas que oferecem 180 dias de licença.
Na empresa Processamento de Dados Amazonas S.A (Prodam), desde 2017, as trabalhadoras contam com o benefício de licença maternidade estendida de sete meses. Segundo a assessora jurídica da Prodam Danielle Costa de Souza Simas, o tempo que passou com seu filho, que hoje está com dois anos, foi fundamental para que ela pudesse enfrentar os desafios iniciais da maternidade, como amamentação, noites sem dormir e cuidados com o recém-nascido.
“Pude participar ativamente da introdução alimentar do meu filho, visto que a licença me permitiu dedicação exclusiva aos cuidados dele até os sete meses de idade, um privilégio que poucas mães têm”, afirmou.
Danielle conta que, ao retomar suas atividades, não se sentiu insegura pelo tempo que passou afastada e rapidamente se reintegrou às atividades da empresa, porque voltou com disposição redobrada. “Vejo que, ao oferecer uma licença maternidade estendida, a Prodam demonstra seu compromisso com o bem-estar dos funcionários e sua compreensão diante das necessidades das mães trabalhadoras”, acrescenta.
Produtividade
A licença maternidade é sempre tema polêmico para as empresas, mas há quem concorde que liberar a funcionária para gozar licença estendida é uma medida não somente boa para a mãe, mas que também reflete, lá na frente, em aumento de produtividade para as organizações. “A mulher volta ao trabalho mais segura e disposta”, afirma o diretor-presidente da Prodam, Lincoln Nunes da Silva.
A assistente social da Prodam Helena de Castro Monteiro explica que o período estendido de licença maternidade contribui para que a mulher tenha mais tempo junto ao bebê e para que possa amamentá-lo, nessa fase que é crucial na vida da criança. “O contato físico é o grande momento de amor entre mãe e filho. Tudo isso se reflete diretamente na segurança e equilíbrio emocional futuros da criança e contribui para que a profissional retorne ao trabalho e consiga obter resultados satisfatórios na empresa”, ressalta.
Licenças Paternidade e Adoção
Com o intuito de contribuir para a qualidade de vida de seus colaboradores, a Prodam também concede licença paternidade de 30 dias. E, as colaboradoras que adotarem um filho, têm direito a 120 dias de licença, independentemente da idade da criança, diferente da Legislação Trabalhista, que prevê que o pai ou a mãe (a lei só garante a um dos pais) tenha direito a licença de 120 dias, caso a criança possua até 12 meses de idade. Já aos homens que adotarem um filho, estarão assegurados com o direito da licença de 30 dias.
Adendo: Sobre a Matéria “Elas Buscam Equidade”
Esta matéria é um segmento destacado da reportagem “Elas Buscam Equidade”, originalmente publicada na seção + Dinheiro do jornal Acrítica, edição de domingo, 31 de março de 2024. Para acessar a matéria completa, clique aqui.