O governador José Melo lançou na última quinta- feira (01), Dia Mundial de Luta Contra AIDS, o aplicativo “Viva Mais ”, que foi desenvolvido com o objetivo de auxiliar os jovens, que compõem a faixa etária que apresenta maior incidência da doença, a tirar dúvidas sobre os métodos de prevenção, diagnóstico e tratamento. O evento realizado na sede do Governo marcou a abertura, no estado, das atividades do mês de luta contra AIDS, o “Dezembro Vermelho”, que ocorre em todo o mundo, como alerta para a prevenção e conscientização sobre o tema.
O novo aplicativo foi idealizado pela Secretaria Estadual de Saúde (Susam), por meio da Coordenação Estadual de DST/AIDS e Hepatites Virais, que atua vinculada à Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). O projeto tem a parceria do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), por meio do programa Viva Melhor Sabendo Jovem. O secretário estadual de Saúde, Pedro Elias de Souza, explica que a ferramenta vai facilitar o acesso dos jovens e adolescentes às informações sobre o vírus HIV. No aplicativo, desenvolvido pela empresa Processamento de Dados Amazonas S.A. (Prodam), o usuário vai ter acesso a conteúdos informativos através de games.
Além do lançamento do aplicativo, a Coordenação Estadual de DST/AIDS e Hepatites Virais dá início à programação da campanha, que este ano tem como tema “Eu me importo. E você?”. No Amazonas, as ações ocorrerão em todos os 62 municípios, onde as Secretarias Municipais de Saúde estarão intensificando o trabalho de prevenção, com a oferta de testes rápidos, palestras, distribuição de preservativos masculinos e folders informativos.
De acordo com a diretora presidente da FMT-HVD, Graça Alecrim, a campanha deste ano chama atenção para a mudança de atitude e comportamento da população, em relação às pessoas que vivem com HIV/Aids. “Esse tema reforça a importância do acolhimento e de estimular a adesão ao tratamento das pessoas com HIV. Com isso, espera-se diminuir o número de óbitos”, ressaltou.
Viva mais App – No aplicativo “Viva Mais App”, o usuário faz o seu login e responde a um “quiz”, questionário em que será possível analisar o grau de risco e vulnerabilidade do usuário em relação ao HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissível (IST). Dentre as perguntas está, por exemplo, a última vez que teve relação sexual sem proteção. Além disso, o app conta com um “feed” de notícias interativo, com todas as novidades sobre HIV/Aids. O usuário também poderá saber a localização de serviços de saúde para diagnóstico e tratamento do vírus. O app estará disponível para o sistema operacional Android. Outro diferencial do aplicativo está no fato de ser colaborativo, ou seja, qualquer pessoa pode contribuir para melhorias na ferramenta. “O próprio usuário pode sugerir inclusão de informações e novos comandos”, informou o diretor técnico da Prodam, Daniel Tadeu Martinez Castello Branco.
Durante a apresentação do aplicativo, o coordenador de pós-graduação da Escola Superior de Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Eduardo Honorato, irá falar sobre a gamificação, processo de aplicação de elementos e conceitos do design de jogos a situações diversas. “Nos últimos anos, essa metodologia tem sido utilizada em campanhas de diversas áreas, tendo recentemente ganhado espaço no cenário mundial, em eventos relacionados à saúde. Tem se mostrado uma maneira eficaz, eficiente e efetiva para entrar em contato com populações específicas, quando os métodos tradicionais tem se mostrado falhos”.
O pesquisador explica que o “Viva Mais App” utiliza conceitos clássicos deste método, para ter acesso direto a uma população que tradicionalmente é de difícil penetração.
Dados – De acordo com dados do Departamento Nacional de DST/Aids e Hepatite Virais, o Amazonas registrou 15.149 casos de Aids, no período de 30 anos (de 1986 a agosto de 2016). Separadamente, Manaus teve 12.179 casos (80,39%), Parintins 265 (1,74%), Tabatinga 248 (1,63%), Itacoatiara 157 (1,04%), Tefé 155 (1,02%).
A partir de 2006, o Amazonas tem apresentado taxas de detecção superior à média nacional. Em 2013, a taxa de detecção do estado era de 37,4 casos por 100 mil habitantes, 83% maior que a taxa nacional, que é de 20,4 casos por 100 mil habitantes. Em 2014, essa taxa foi de 65% em Manaus. No período de 1986 a 2014, o número de óbitos foi de 2.557 casos.